Direito Nosso

Investindo em Capacitação

Estimular o desenvolvimento saudável de igrejas é um papel importante a ser desempenhado pela Convenção Batista Carioca. Há algum tempo essa tarefa vem recebendo ênfase especial e, (…), mais uma vez, levou aos batistas do Rio conhecimentos nas áreas de evangelização, formação de liderança e jurídica. (…)

Homossexualismo e união estável são dois temas polêmicos no âmbito eclesiástico. Para levar esclarecimento à luz dos direitos civis e constitucionais, o departamento de Associações da Convenção Batista Carioca promoveu, (…), (no Colégio Batista Shepard), o Simpósio Batista Carioca.

Da esquerda para a direita: Pr. João Melo, Dr. Gilberto Garcia, Dr. Marcelo Rosa, Pr. João Emílio e Pr. David Curty.

 

Participaram cerca de 100 líderes de igrejas batistas filiados à CBC. Os assuntos foram apresentados pelos advogados Gilberto Garcia e Marcelo Rosa, ambos evangélicos e com larga experiência na defesa dos direitos de igrejas da denominação, e debatidos com a ajuda dos pastores João Melo (vice-presidente da CBC), João Emílio (PIB de Irajá) e David Curty (1º Secretário da CBC e presidente da OPBB – Seção Carioca).

Homofobia, o tema geralmente visto com mais polêmico, foi o primeiro assunto a ser apresentado. Dr. Gilberto Garcia, com muita propriedade, abriu o tema com uma afirmação curiosa: “Quem mais está sofrendo com esta legislação são os batistas”. Ele explica que cerca de 80% das igrejas batistas estão com seus estatutos desatualizados, não prevendo questões ligadas à homossexualidade e união estável. Para o advogado em alguns casos, isso já seria uma ferramenta que asseguraria tranquilidade, evitando situações desagradáveis.

Mas, enquanto falta um regimento apropriado, a igreja pode apelar para a prerrogativa constitucional de liberdade de crença. “A igreja estaria obrigada a acatar a entrada de homossexuais como membro? Digo que não. Sua igreja é uma associação peculiar, são espaços protegidos constitucionalmente pela liberdade de consciência e crença. Naquilo que é dogmático, de fé, religioso, que tem a ver com espiritualidade, é uma questão da igreja. Então a dificuldade é em tentar diferenciar o que é fé do que é prática”, respondeu Dr. Gilberto (Garcia).

No entanto, o discurso da fé não pode, de maneira alguma, se tornar discriminatório e desrespeitoso. Nesses casos, Dr. Garcia recomenda: “Enquanto você pregar a Bíblia, temos total condição de defender o direito de exercer a sua fé. Mas não saia da Bíblia, pois aí teremos problemas”.

Concordando com o Dr. Garcia e prevendo dias ainda mais difíceis para a igreja evangélica, o Pr. João Emílio alertou os pastores para a moderação do discurso, sem que perca a essência bíblica: “Precisaremos reconfigurar o nosso discurso. Temos que ter cuidado com o discurso porque antigamente esbravejávamos, mas hoje em dia não dá para ser assim. Acho que se falarmos com um pouco mais de moderação, as coisas melhoram”. (…)

Dc. Edson Santos, coordenador do Departamento de Associações da CBC, acredita que o objetivo do evento foi alcançado e que muitos saíram satisfeitos. “Muitos aproveitaram a oportunidade e tiraram suas dúvidas. No final do Simpósio, fomos procurados por diversos pastores e líderes, agradecendo e falando de forma positiva sobre tudo o que ali aconteceu”, afirmou. (….)”.

Fonte: Batista Carioca (Informativo da Convenção Batista Carioca)

Edição: Janeiro-Junho/2016.